quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Sobre a OMS e a carne processada: "peito de peru e chester também não são saudáveis"





Sobre a OMS e a carne processada: "peito de peru e chester também não são saudáveis" Diego Vara/Agencia RBS

Foto: Diego Vara / Agencia RBS



Finalmente, a Agência Internacional para pesquisa sobre o Câncer (IARC, sigla em inglês) vem reforçar o que já sabíamos: peito de peru, chester e outros embutidos não são opções saudáveis para serem consumidos diariamente. Sim, eles são carnes pouco calóricas e foram “vendidas” como opções saudáveis para uma dieta ou reeducação alimentar, mas na verdade não são. A confusão deu-se, acredito, porque a carne de peru é uma carne magra e uma ótima opção de proteína, mas não na forma de embutido com a adição de todos os aditivos que fazem parte desse processo. A IARC, órgão subordinado à Organização Mundial da Saúde (OMS), advertiu em relatório que o alto consumo de carnes processadas é potencialmente cancerígeno para o homem, e que o consumo diário de 50g desse alimento aumenta em 18% o risco de câncer colorretal. O relatório da agência, baseado na “literatura científica acumulada” e examinada por 22 especialistas de 10 países, me deixou particularmente feliz pelo consistente alerta. Mas não foi nenhuma surpresa, já que vem ao encontro do que oriento em consultório quando me perguntam sobre o peito de peru, chester e outros embutidos. Quando se fala em produção de carne processada, temos que pensar que muitas vezes o que menos se utiliza é a carne em si, já que por definição carne processada é uma combinação de carne e outros tecidos animais como vísceras, pele e sangue, além de produtos como leite ou soja em pó que são utilizados como enchedores. E, pela classificação do IARC, as carnes processadas foram colocadas na lista do grupo 1 de carcinogênicos, junto com tabaco, amianto e fumaça de diesel, que se caracterizam por serem substâncias com evidências suficientes de ligação com o câncer. Mas isso também não quer dizer que é preciso excluir esses alimentos para sempre do cardápio: eu acredito no equilíbrio. Até porque o nosso corpo não é uma máquina delicada e indefesa. Pelo contrário. Ele sabe lidar muito bem com esses agressores, com uma ressalva: desde que tenha o suporte de uma dieta saudável e cheia de nutrientes, e tempo para agir e se recuperar entre uma “agressão” e outra. No que toca às carnes processadas, o relatório da IARC me parece estar correto. Já a inclusão da carne vermelha no grupo 2 (de substâncias “provavelmente cancerígenas”) chamou minha atenção. Achei uma classificação bastante temerária, já que a carne vermelha é uma fonte importante de vitamina B12, ferro e proteína na dieta e classificá-la como provável causadora de câncer sem um suporte científico pode causar um histerismo desnecessário. Afinal, nesse grupo estão produtos que poderiam aumentar o risco de câncer, mas sobre os quais ainda não existem dados suficientes e conclusivos acerca disso. E alguém lembra de como o ovo foi crucificado durante anos por aumentar o colesterol, até que estudos definitivos provaram que ele aumenta sim, mas o colesterol bom? Até que novos estudos sejam feitos, contra ou a favor da carne vermelha, minha recomendação é novamente o equilíbrio, até porque, além de não conseguirem relacionar de forma definitiva o consumo de carne vermelha ao aumento do risco de câncer, os estudos não esclareceram se a forma de preparo tem relação ou não com o aumento do risco. E esse é o caso de um dos pratos mais tradicionais da Região Sul: o churrasco, onde a carne fica exposta o tempo todo à fumaça (alcatrão), que é uma substância cancerígena. De quem seria a culpa nesse caso? Da carne ou do alcatrão? Penso que precisamos estudar um pouco mais para não sermos injustos com ela. De qualquer forma, vale a pena reduzir seu consumo e alternar com outras boas fontes de proteína como peixes, frango e ovos. E embora alguns especialistas falem que 500g de carne vermelha por semana sejam uma boa medida, o consumo é individual e deve ser avaliado caso a caso, considerando condição clínica, existência de doenças, necessidade de perda de peso e o gosto pessoal. Hoje já é possível saber, por meio de exames que levam em consideração o perfil genético da pessoa, de que forma o seu organismo consegue processar, digerir e absorver proteínas, ou seja, é possível saber quanto comer de carne vermelha. O exame de genética diz se o seu organismo é um bom metabolizador de carboidrato, proteína, gordura, e com base nisso é possível saber e adequar a quantidade de proteínas na dieta.
Mas, voltando ao que mais nos interessa no relatório da IARC, que é o alerta sobre a carne processada, há dois pontos importantes a serem considerados: 1) Os estudos mostram que o potencial cancerígeno está no consumo frequente de embutidos e afins, ou seja, para que o risco de câncer esteja aumentado é necessário que se consuma 50g de carne processada todos os dias. Isso merece uma atenção, já que equivale a mais ou menos 3 fatias de bacon ou de peito de peru, e é possível chegar fácil e muito rapidamente a essa quantidade em um dia. Por isso a melhor opção é riscar esses alimentos do cardápio diário, deixando o consumo para eventualidades. 2) O maior problema desses alimentos não está na carne em si, mas principalmente nos aditivos utilizados para melhorar o sabor e dar maior vida de prateleira a eles. Dentre os aditivos utilizados estão o nitrito, que em contato com o ácido clorídrico do estômago se transforma em nitrosamina, um composto cancerígeno. Em produtos defumados, utiliza-se ainda o alcatrão (fumaça/defumação), uma substância presente no cigarro e cujo potencial cancerígeno já é conhecido de todos. Isso sem falar do glutamato monossódico, um realçador de sabor, largamente utilizado hoje em dia, e que pode provocar doenças mentais sérias como Alzheimer.

DIÁRIO CATARINENSE

Frigorífico da China diz que relatório da OMS é "desumano"

 



A Organização Mundial da Saúde considera cancerígenos os produtos processados do porco, como o presunto, as salsichas e o bacon


A companhia Shuanghui, o maior frigorífico de carne de suína do mundo, nomeou como "desumano" o polêmico relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera cancerígenos os produtos processados do porco, como o presunto, as salsichas e o bacon, destacou nesta quarta-feira (28) o jornal oficial China Daily .




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"O relatório propõe como algo para o bem da saúde humana, mas, na realidade, é desumano", assinalou o subdiretor de marketing da companhia chinesa, Liu Jintao, que acrescentou: "o processamento de carne faz parte da civilização e não deve ser destruído ao receber o rótulo de 'cancerígeno'". 

Para Liu, o documento elaborado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla em inglês), um órgão que faz parte da OMS, é "profundamente lamentável". A recomendação da OMS também não foi bem recebida na cidade chinesa de Jinhua, na província de Zhejiang, localizada no leste do país e famosa por seus presuntos.
"A advertência da Iarc deve ser levada apenas como um conselho para conscientizar às pessoas que devem se preocupar com a nutrição", comentou sobre o assunto o presidente da associação de produtores de presunto da cidade, Ma Xiaozhong, que defendeu a salubridade do processo de cura de seus produtos.
No processo tradicional, usa-se apenas sal para fazer a cura, ressaltou Ma, mas admitiu que, nos últimos tempos, os nitritos (um dos elementos considerados cancerígenos pelo estudo da OMS) também vêm sendo utilizados para melhorar a qualidade e prevenir a oxidação.



Foto: Getty Images  - EFE / TERRA


Pesquisadores prometem "pílula do exercício físico" 

 

Cientistas de universidades da Dinamarca e Austrália anunciaram estar se aproximando da criação de uma pílula que imita os efeitos do exercício físico no corpo humano. As últimas pesquisas permitiram descobrir, pela primeira vez, o que realmente acontece dentro dos músculos no nível molecular quando praticamos esportes.
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"Esta nova descoberta servirá para criar uma pílula que imita os efeitos do exercício físico e recria estas ações em nosso corpo", disse à BBC Mundo Erik Ritcher, diretor do Departamento de Fisiologia Molecular da Universidade de Copenhague. O projeto dinamarquês está sendo realizado em conjunto com o Charles Perkins Centre de Sidney, na Austrália.
Jorgen Wojtaszewski, outro pesquisador envolvido no projeto, afirma que esta "pílula do exercício" poderia ser útil para "pessoas com graves problemas de invalidez ou obesidade mórbida".
O anúncio gera muita polêmica: alguns mais esperançosos podem imaginar que, no futuro, a pílula pode substituir horas de academia ou corrida, mas os especialistas consultados pela BBC Mundo estão mais céticos e alguns até estão preocupados.
Alguns temem aumento do sedentarismo e outros afirmam que poderia ser usado em casos de invalidez ou obesidade
Alguns temem aumento do sedentarismo e outros afirmam que poderia ser usado em casos de invalidez ou obesidade 
 
 
Foto: Thinkstock
 
Alguns especialistas em esportes temem que a comercialização deste tipo de medicamento estimule ainda mais o sedentarismo que já um dos grandes problemas atuais.
"A mensagem que a população está recebendo é muito enganosa, igual às das dietas milagrosas", disse à BBC a pesquisadora Nuria Garatachea, doutora em Ciências da Atividade Física e Esporte e uma das autoras do ensaio científico ("O Exercício é o Verdadeiro Policomprimido", em tradução livre).
Nuria afirma que a comercialização desta "pílula do exercício" poderia ser "prejudicial para a sociedade" porque "corremos o risco de que a população fique ainda mais sedentária".
"O exercício físico é muito variado e, no entanto, ainda falta muito para descobrirmos sobre os efeitos das vias moleculares que se ativam em nosso organismo quando o praticamos."
"Temos uma ferramenta muito poderosa em nossas mãos que é o exercício físico. Levamos milhões de anos praticando-o e agora queremos renunciar a ele?"
"Não estamos programados para estar sentados; nosso DNA nos pede exercício, (em termos de) biomecânica e energia", afirmou.

Cada vez mais próximo

O pesquisador dinamarquês Erik Richter afirmou que "as pesquisas estão avançando cada vez mais" e o novo enfoque das últimas descobertas tornará possível o desenvolvimento de uma pílula do exercício apesar de "tudo depender das próximas pesquisas e do apoio que conseguirmos".
A nova pesquisa revelou "mais de mil reações musculares – até agora desconhecidas – nos músculos que estão expostos à atividade física", segundo fontes da Universidade de Copenhague.
Os cientistas utilizaram uma técnica chamada espectrometria de massas, um método avançado para identificar moléculas. Eles analisaram biópsias moleculares em quatro homens saudáveis antes e depois da realização de 10 minutos de exercícios intensos.
As experiências continuam.
"Agora temos que descobrir quais destas moléculas são as mais importantes e têm uma relação maior com a saúde e o exercícios", disse Richter.
"Para isso estamos realizando experiências com animais geneticamente modificados em colaboração com a Universidade de Sydney."

Insubstituível

Os especialistas em saúde e esporte consultados pela BBC, no entanto, não aprovam nenhum tipo de substituição dos exercícios.
"O exercício é insubstituível e uma pílula não poderia substituir seus efeitos", disse à BBC Mundo Jesús María Pérez, gerente do Conselho Geral de Colégios de Profissionais da Educação Física e Esporte (Colef) da Espanha.
"Uma pílula não poderia substituir o exercício em competências funcionais – movimento – variáveis psicológicas – ansiedade, depressão, fadiga ou autoconfiança – e nos fatores sociais derivados da prática esportiva regular."
"No mundo da condição física e nas ciências do esporte há muitos mitos e produtos de marketing que oferecem milagres que não estão baseados em provas científicas", acrescentou.
A Universidade de Sydney emitiu uma nota afirmando que a descoberta "ajudará a revelar novos mecanismos biológicos relativos ao exercício e será uma fonte fundamental para futuras investigações fisiológicas".
Mas Carlota Díez, especialista em saúde do esporte, afirma que o verdadeiro problema está na maneira com que este tipo de mensagem é difundida.
Em seu comunicado, a Universidade de Copenhague afirmou que a pesquisa "nos deixa mais próximos do exercício em forma de pílula".
"Talvez, inicialmente, poderia conseguir alguns efeitos comparáveis aos da atividade física, mas há outros que não são possíveis de se conseguir", disse.
'Os efeitos negativos estariam diretamente relacionados com hábitos saudáveis e de qualidade de vida."
"Se um comprimido de exercício for comercializado como tal, conseguiria o aumento do sedentarismo, da obesidade e da inatividade física", afirmou.
"Talvez conseguiria uma melhora no nível muscular, mas faltariam muitas outras coisas, por exemplo, no nível cardiovascular, como é o consumo de oxigênio."
"Estaríamos perdendo mais da metade dos benefícios do exercício físico", disse.
A especialista admite que este tipo de medicamento poderia ter vantagens para pessoas com problemas como tetraplegia ou outros problemas graves de mobilidade, mas é "preciso deixar claro que a pílula não poderia ser para todo mundo, só deveria ser tomada se existe um problema real". 



BBC BRASIL / TERRA



Pesquisadores descobrem técnica para diagnosticar câncer com gota de sangue


Um grupo de pesquisadores da Universidade VU, em Amsterdã (Holanda), desenvolveu uma técnica que permite fazer exames para detectar o câncer através de uma única gota de sangue, informou neste quinta-feira o VUmc, o hospital universitário, em comunicado.
O método, utilizado para analisar seis tipos de câncer, "demonstrou ser muito eficaz nos casos de diagnóstico antecipado", segundo a nota. Em particular, permitiu identificar a doença em 96% dos casos, conforme indicam os pesquisadores.
Embora os testes ainda estejam em fase experimental, o diretor da pesquisa, Tom Würdinger, disse que espera que o novo processo possa estar disponível para os pacientes dentro de cinco anos.
"É importante detectar e tratar o câncer o mais rápido possível. Esta nova técnica pode ter um papel grande nisto e esperamos salvar vidas", acrescentou o VUmc.
O novo método foi publicado hoje na revista acadêmica "Cancer Cell". 



EFE / TERRA 




Pessoas casadas são mais propensas a se recuperar após cirurgias





As pessoas casadas são mais propensas a se recuperar depois de uma cirurgia cardíaca do que aqueles que são divorciadas, separadas ou viúvas - informou nesta quarta-feira uma pesquisa norte-americana.
O estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), foi baseado em dados de mais de 1.500 pessoas.
Dois terços eram casados, 12 por cento eram divorciados ou separados, 21 por cento eram viúvos e dois por cento nunca foram casados.
Indo para a cirurgia, os participantes casados já tendiam a ser mais saudáveis do que os outros participantes.
E após a cirurgia, "o estado civil foi significativamente associado à morte ou a uma nova incapacidade funcional", disse o estudo.
"Os participantes divorciados, separados ou viúvos tinham aproximadamente 40 por cento maiores probabilidades de morrer ou de desenvolver uma nova incapacidade funcional durante os dois primeiros anos após a cirurgia cardíaca em comparação aos participantes casados".
Após a cirurgia, 19 por cento dos participantes casados morreram ou desenvolveram uma nova deficiência, em comparação a 29 por cento das pessoas divorciadas e 34 por cento dos participantes viúvos.
Um em cada cinco dos que nunca haviam se casado ou morreram ou tiveram complicações pós-cirurgia - que os deixaram incapazes de realizar uma atividade diária comum, como se vestir, andar ou comer.
"Essas descobertas estendem trabalhos anteriores que sugeriam vantagens de sobrevivência pós-operatório para pessoas casadas e podem estar relacionados ao papel dos apoios sociais em influenciar as escolhas dos pacientes de hospitais e auto-cuidado", disse o estudo.
As descobertas sugerem "que o estado civil é um preditor de sobrevivência e recuperação funcional após cirurgia cardíaca".


AFP / DIÁRIO CATARINENSE 


Passar tempo com pessoas da terceira idade pode ajudar a prevenir a depressão





Uma pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos. 





(Foto: Getty Images) 



De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, reunir-se com frequência com filhos, netos e amigos, pode ajudar a prevenir a depressão em idosos, de maneira muito mais eficaz do que simplesmente falando com eles ao telefone, ou mantendo contato por escrito.
“A principal conclusão do estudo foi que encontrar-se face a face com os amigos e a família, atua como uma forte medicina preventiva; e quanto maior for a frequência desses encontros, menor será o risco de desenvolver depressão,” disse o Dr. Alan Teo, o psiquiatra da Oregon Health & Science University em Portland, que liderou a pesquisa.
O contato por telefone é eficaz contra a depressão em apenas uma circunstância — quando o indivíduo já foi diagnosticado com ela, salientam Teo e sua equipe, em um artigo publicado no Journal of the American Geriatrics Society.
Teo também disse ao Reuters Health que e-mails e outros contatos por escrito não demonstraram benefícios conclusivos.
Uma pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos, e 16 por cento dos entrevistados já havia passado por algum episódio de depressão em sua vida.
Os autores de pesquisas anteriores afirmam que a falta de contato social com a família e os amigos, pode fazer com que as pessoas idosas se sintam isoladas, solitárias e fiquem mais propensas à depressão. Mas boa parte dessa investigação incluiu diferentes modos de contato.
Teo disse que seu próprio contato face a face com o pai, que tem 70 anos, em vez de sua habitual troca de mensagens de texto e interações pelo Facebook, estimulou o seu interesse pelo estudo.
“Eu pensei nas vezes em que nos reunimos pessoalmente e percebi o quanto isso é benéfico,” disse Teo, que também é pesquisador e médico do Veterans Administration Portland Health Care System.
Entre os anos de 2004 e 2010, os 11.065 adultos que participaram do estudo — todos com idades entre 50 e 70 anos — foram avaliados duas vezes. Os pesquisadores perguntaram sobre os seus contatos sociais, conflitos interpessoais, sua capacidade de concluir suas atividades diárias e sintomas depressivos, tais como a perda de apetite, capacidade de não ceder à tristeza e problemas de concentração.
Quando foi feita a primeira enquete, e uma segunda, dois anos depois, cerca de 13 por cento dos participantes afirmaram que tiveram sintomas depressivos significativos.
Após analisar cada caso, baseando-se em aspectos como: idade; situação financeira; capacidade de completar tarefas cotidianas; tamanho de sua residência; apoio social e conflitos interpessoais, aqueles que se encontravam com os filhos, familiares ou com amigos, pelo menos uma vez a cada poucos meses, tinham 11 por cento de chances de desenvolver sintomas depressivos dois anos mais tarde, comparados com o risco de 8 por cento apresentado entre aqueles que estabeleciam contatos com familiares e amigos, uma ou duas vezes por mês. Aqueles que tinham contato três ou mais vezes por semana, tinham apenas 6 por cento de risco.
As pessoas que se reuniam com os amigos, uma ou duas vezes por semana, também tinham uma probabilidade muito menor de desenvolver depressão, do que aquelas que tinham contato poucas vezes por mês.
Para as pessoas com idade igual ou superior a 70 anos, o contato com as crianças provou ser muito mais eficaz contra a depressão. Ao passo que as pessoas com idades entre 50 e 69 anos se beneficiaram mais em ver os amigos.
Mas quando surgiam conflitos durante o contato e relacionamento interpessoal com os filhos, o risco da aparição de sintomas depressivos também aumentava.
“Os detalhes do isolamento opressor não têm sido explorados nesse sentido,” disse o Dr. Robert Abrams, psiquiatra do Weill Cornell Medicine e do New York-Presbyterian Hospital. “Todos nós sabemos que o isolamento não é bom, mas (saber) exatamente que tipo de contato, com quem, e qual é o modo mais útil, seria de grande ajuda; pelo menos no tocante à prestação de serviços de saúde pública,” disse Abrams, que não esteve envolvido no estudo.
O Dr. Robert Shulman, copresidente da ala de psiquiatria do Rush University Medical Center, de Chicago, disse que os resultados demonstraram a importância da interação humana com a família ou amigos, e que o “telefone e outros meios, simplesmente não deveriam substituí-la.”
Shulman, que também não participou do estudo, geralmente pergunta aos pacientes mais velhos com que frequência eles veem seus filhos, ou se eles apenas conversam ao telefone.
“Às vezes, você pode até ver a tristeza refletida em seus rostos quando eles se sentem esquecidos pela família,” disse Shulman. “Devemos sempre estimular as famílias a visitar os pacientes e incentivar esse tipo de relacionamentos.”
Reunir-se com colegas de profissão (como amigos solidários) também pode ajudar prevenir a depressão em adultos mais idosos, afirmou Teo. “Eu creio que vale a pena que os mais jovens acatem a sugestão de fazer um esforço real para passar mais tempo com os idosos,” acrescentou ele.
Não há dúvida de que ambas as partes se beneficiarão com esse contato.


Reuters

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

OMS coloca bacon, linguiça e salsicha na lista de alimentos cancerígenos

Há 'evidência suficiente' de ligação desses alimentos com câncer, diz relatório.
Texto alerta para risco de alto consumo de carne processada.











BICHO CARPINTEIRO -  Pau no redondo: Porção de medalhão de frango com recheio de queijo brie, envolto em tira de bacon temperado na cerveja. Acompanha molho de laranja. R$ 24.90. (Foto: Marcos Pinto / Divulgação CdBRJ) 

Bacon é um dos produtos que entrou na lista de alimentos cancerígenos 



(Foto: Marcos Pinto / Divulgação CdBRJ)





O consumo de produtos como salsicha, linguiça bacon e presunto, aumenta o risco de câncer do intestino em humanos, afirma um novo relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) publicado nesta segunda-feira (26). De acordo com o documento, a carne processada é um fator de risco certo para a doença, e carnes vermelhas de um modo geral são um fator de risco "provável".


As canes processadas foram colocadas na lista do grupo 1 de carcinogênicos – que já inclui tabaco, amianto e fumaça de diesel – para os quais já há “evidência suficiente” de ligação com o câncer. O relatório foi feito pela IARC (Agência Internacional de Pesquisa do Câncer), órgão ligado à OMS.






Risco de câncer



 
"Para um indivíduo, o risco de desenvolver câncer colorretal em razão do consumo de carne processada permanece pequeno, mas esse risco aumenta com a quantidade de carne consumida", afirmou Kurt Straif, chefe de programa Monographs, do IARC, que avalia riscos para o câncer.


Um estudo de meta-análise -- que avaliou diversos outros estudos-- estima que cada porção diária de 50 gramas de carne processada aumente o risco de câncer colorretal em 18%. Esse tipo de câncer é hoje o segundo mais diagnosticado em mulheres e o terceiro em homens, e está matando 694 mil pessoas por ano (segundo dados de 2012 da OMS, os mais recentes).


A carne vermelha - grupo dentro da qual estão tecido muscular de boi, porco, carneiro, bode e cavalo - foi classificada como um carcinógeno (produto capaz de provocar câncer) "provável" e entrou na lista do grupo 2A, que contém o glifosato, princípio ativo de muitos herbicidas.




Cachorro quente (Foto: Reprodução/EPTV)




Cachorro quente 

(Foto: Reprodução/EPTV)





A definição do IARC para carne processada inclui produtos "transformados por salgamento, curagem, fermentação, defumação e outros processos para realçar sabor ou melhorar a preservação", afirma um artigo publicado por cientistas do IARC na revista médica "The Lancet", que acompanhou a divulgação do novo relatório.






Carne vermelha



 
"Essas descobertas dão mais suporte às recomendações sanitárias atuais para limitar o consumo de carne", afirmou Christopher Wild, diretor do IARC.


"Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional", afirmou o médico, sugerindo que as novas recomendações não sejam encaradas de maneira alarmista. "Esses resultados, então, são importantes para permitir governos e agências regulatórias internacionais para conduzirem avaliações de risco, de modo a equilibrar riscos e benefícios de comer carne vermelha ou processada e para fornecer as melhores recomendações diárias possíveis."


"A maior parte das carnes processadas contém carne de porco ou boi, mas também pode conter outras carnes vermelhas, frango, carne de segunda (fígado, por exemplo), ou subprodutos da carne, como o sangue", afirma o artigo.


A classificação mais branda para a carne vermelha é reflexo de "evidências limitadas" de que ela causa câncer. O IARC descobriu ligações principalmente com o câncer de intestino, mas também observou associações com tumores no pâncreas e na próstata, afirmou.





G 1 - BEM ESTAR  

Câncer: grandes produtores mundiais de carne rebatem pesquisa da OMS





Da França aos Estados Unidos, passando pelo Brasil, a indústria da carne reagiu duramente após a publicação, nesta segunda-feira, de um estudo internacional que acusa a carne vermelha e os embutidos de aumentar o risco de câncer. A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas, como embutidos ou frios, no Grupo 1 de risco de levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente o colorretal. A pesquisa, que reuniu 800 estudos, aponta que o consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - inclusive bovina, suína e ovina - é "provavelmente cancerígeno". Nos Estados Unidos, maior produtor mundial de carne vermelha, os profissionais do setor estavam de armas em punho há semanas, propondo análises antes mesmo da publicação do estudo da IARC. O instituto americano da carne (NAMI) criticou o relatório da OMS por considerar que constitui um "desafio ao senso comum". Os autores do informe, acusa a NAMI, "trituraram os dados para chegar a um resultado específico". Industriais americanos e francesas recordam que a carne é apenas um dos mais de 940 produtos, dos mais diversos, classificados como provavelmente cancerígenas pela agência especializada da OMS. "Se nós nos agarrássemos à lista (...)do IARC, ficaria claro que o simples fato de viver na Terra seria um risco de câncer", rebateu a Associação da Indústria de Carne Americana. A NAMI enfatiza que "a ciência tem mostrado que o câncer é uma doença complexa que não é causada apenas por alguns alimentos". Um argumento reproduzido praticamente de forma idêntica pelos industriais europeus. "É inadequado atribuir um único fator a um risco aumentado de câncer. É um assunto muito complexo que pode depender de uma combinação de muitos outros fatores, como idade, genética, dieta, ambiente e estilo de vida", explica em comunicado o Centro de Ligação para a Indústria de Processamento de Carne na União Europeia.
Outro argumento repetida em uníssono: o valor nutricional da carne. No Brasil, segundo maior produtor de carne bovina, os exportadores enfatizam "os benefícios nutricionais para a saúde humana trazidos pelo consumo de carne vermelha e de outras proteínas" animais. Mesmo que "o consumo excessivo de carne não deva ser promovido", é possível "ter prazer e obter um equilíbrio nutricional" nas refeições combinando carne e legumes, afirma Xavier Beulin, presidente da FNSEA, maior sindicato agrícola francês. "A carne em si não apresenta nenhuma dificuldade. O problema vem dos produtos à base de carne nos quais são acrescentados aditivos como nitratos e nitritos", que podem tornar-se cancerígenos com o cozimento, afirma o Instituto Nacional da Carne do Uruguai, que alerta também para a falta de fibras de efeito protetor na dieta moderna. Na França, primeiro produtor europeu de carne bovina, as federações de produtores de embutidos insistem sobre o problema da quantidade. Segundo o estudo, o risco de câncer colorretal pode aumentar em 17% para cada porção de 100 gramas de carne consumida por dia, e em 18% para cada porção de 50 gramas de embutidos. Mas o consumo médio de carne na França é de 52,5 gramas/dia/habitante, e de 35 gramas para os embutidos. "Os pecuaristas (franceses, ndlr) devem se perguntar se tudo isso é sério, já que eles conhecem as maiores dificuldades", apesar da produção de "raças de altíssimo valor agregado", lamentou Beulin. Os países industrializados viram o consumo de carne diminuir nos últimos anos - efeito da crise econômica, mas também das críticas sobre o impacto que a dieta carnívora tem sobre a saúde e o meio ambiente. Em revanche, o consumo mundial aumentou claramente graças aos países emergentes: Brasil e China na liderança. O consumo aumentou em 15% entre 2008 e 2014 na China, enquanto recuou nas mesmas proporções na União Europeia, segundo a agência governamental francesa FranceAgriMer.




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TERRA  


Não precisa riscar o bacon da dieta


A OMS colocou as carnes processadas e vermelhas na berlinda, mas especialistas dizem que os alimentos não precisam sair do cardápio se houver moderação

 | Bigstockphoto/A decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de colocar a carne processada na lista de substâncias que provocam câncer praticamente dividiu o mundo em dois times: os que defendem o bacon e os que são contrários a ele. Exageros à parte, o consenso entre a comunidade médica é que o problema das carnes processadas e da carne vermelha – que foi classificada como “provavelmente cancerígena” – não está no consumo em si, mas no excesso.
“Qualquer substância é uma droga potencial. O segredo é a quantidade consumida. Só espero que não ocorra agora o mesmo que aconteceu com o ovo, condenado nos anos 80 e agora absolvido”, diz o médico Beny Schmidt, chefe do Laboratório de Patologia Neuromuscular da Unifesp. Ele ainda ressalta que muitos desses alimentos, em especial as carnes vermelhas, têm alto valor nutricional e são historicamente importantes para a dieta humana.
De acordo com a médica Andrea Pereira, nutróloga especialista em oncologia do Hospital Albert Einstein de São Paulo, as sociedades brasileira e americana de oncologia recomendam um consumo de até meio quilo de carne vermelha por semana (100 gramas por dia), já que elas são ricas em proteínas, ferro e vitamina B12. Já as processadas, pela grande quantidade de conservantes e de sal, devem ser consumidas em quantidades menores.
“O que sempre recomendamos é manter uma alimentação saudável, que mescle carne vermelha com peixes, ovos e vegetais. Enfim, o mais indicado é equilibrar todos esses alimentos ao longo da semana”, resume a especialista.
Os estudos da OMS apontaram que o o consumo diário de 50 gramas de carne processada por dia – o equivalente a duas fatias de bacon –amplia em 18% o risco de câncer colorretal. No caso da carne vermelha, o consumo diário de 100 gramas amplia em 17% o risco de se desenvolver a mesma doença.

Exagero

Schmidt avalia que é um exagero comparar o potencial cancerígeno do cigarro ao da carne processada. A própria OMS destaca que, embora estejam no mesmo grupo das substâncias que comprovadamente aumentam o risco de câncer, isso não significa que tabaco, amianto e bacon e cia. sejam igualmente perigosos.
Estimativa da Global Burden of Disease atribui ao consumo exagerado de carne processada a morte de 34 mil pessoas por câncer no mundo todos os anos. Já as dietas ricas em carne vermelha seriam culpadas por 50 mil mortes causadas por câncer todos os anos. Números altos, mas que não chegam nem perto dos relacionados ao tabaco (1 milhão de mortes por ano), ao álcool (600 mil mortes por ano) e à poluição do ar (200 mil mortes por ano).

Escala

Como funciona a classificação da Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC):

GRUPO 1

O agente é carcinogênico

Exemplos:
Tabaco e tabagismo passivo, bebidas alcoólicas, vírus do HIV, carnes embutidas e radiação solar.

GRUPO 2A

O agente provavelmente é carcinogênico a humanos

Exemplos: Anabolizantes, carne vermelha, emissões dos motores a diesel e inseticida Lindano.

GRUPO 2B

O agente é possivelmente carcinogênico a humanos

Exemplos:
Cafeína, gasolina, alguns herbicidas.

GRUPO 3

O agente não é classificado como carcinogênico a humanos

Exemplos:
Ácido acrílico, Iluminação fluorescente e mercúrio.

GRUPO 4

O agente provavelmente não é carcinogênico

Exemplos:
Caprolactama, matéria-prima para a produção de náilon, embalagens, pneus, entre outros.




Gazeta do Povo 

Segundo estudo, perder peso hoje é mais difícil do que há 30 anos; Entenda os motivos




Malhando pesquisa





Impossível você nunca ter pensado que no tempo de seus pais e avós, frequentar a academia não era uma obrigação da rotina diária, ninguém via o glúten e a lactose como vilões de uma vida saudável, e que mesmo assim, as pessoas conseguiam se manter em forma.




Pra quem já pensou nisso tudo, um estudo divulgado recentemente pela revista Atlantic veio esclarecer alguns pontos. Sim, há uma razão científica para isso. Segundo a pesquisa, é mais difícil hoje para um adulto manter o peso do que era há 20 ou 30 anos, mesmo os que ingerem a mesma quantidade de calorias e se exercitam.


Os pesquisadores da Universidade de York, em Toronto, examinaram os dados da dieta de 36.400 americanos entre 1971 e 2008, além da atividade física de 14.419 pessoas entre 1988 e 2006.


Conclusão: uma pessoa em 2006 que consumia a mesma quantidade de calorias e nutrientes e praticava exercícios com a mesma frequência que alguém em 1988 tinha, assim mesmo, um IMC (índice de massa corpórea) até 2,3 pontos maior.


Ou seja, os adultos de hoje são 10% mais pesados que os dos anos 80, mesmo comendo a mesma quantidade e praticando exercícios.


A pesquisa aponta três motivos pelos quais era mais fácil ser magro há 30 anos do que hoje. Olha só:


1. Substâncias químicas



As pessoas estão mais expostas a substâncias químicas que funcionam como indutores do ganho de peso: pesticidas, conservantes e outras substâncias presentes em alimentos industrializados. Elas acabam alterando nossos processos hormonais e aprimorando a maneira que nossos corpos têm de manter o ganho de peso.


2. Medicamentos prescritos



O uso de medicamentos controlados cresceu em níveis alarmantes desde os anos 70 e 80. O Prozac, lançado em 1988, é um dos antidepressivos mais populares dos Estados Unidos. De uma maneira geral, drogas similares a essa são as mais prescritas à americanos e brasileiros, e estão diretamente ligadas ao ganho de peso.


3. Hormônios e antibióticos



Outro motivo apontado pelos autores do estudo é que nosso microbioma pode estar mudando desde os anos 80. Os adultos de hoje consomem mais carne do que seus pais e avós, e muitos produtos animais são tratados com hormônios e antibióticos para acelerar o desenvolvimento e garantir a produção em larga escala. São essas substâncias que podem estar mudando as bactérias que habitam nosso intestino e nos tornando mais propensos à obesidade.







DE SALTO ALTO DO CLICRBS 


Passar tempo com pessoas da terceira idade pode ajudar a prevenir a depressão




Uma pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos. 





(Foto: Getty Images) 



De acordo com um estudo realizado nos Estados Unidos, reunir-se com frequência com filhos, netos e amigos, pode ajudar a prevenir a depressão em idosos, de maneira muito mais eficaz do que simplesmente falando com eles ao telefone, ou mantendo contato por escrito. “A principal conclusão do estudo foi que encontrar-se face a face com os amigos e a família, atua como uma forte medicina preventiva; e quanto maior for a frequência desses encontros, menor será o risco de desenvolver depressão,” disse o Dr. Alan Teo, o psiquiatra da Oregon Health & Science University em Portland, que liderou a pesquisa. O contato por telefone é eficaz contra a depressão em apenas uma circunstância — quando o indivíduo já foi diagnosticado com ela, salientam Teo e sua equipe, em um artigo publicado no Journal of the American Geriatrics Society. Teo também disse ao Reuters Health que e-mails e outros contatos por escrito não demonstraram benefícios conclusivos. Uma pesquisa realizada em 2006, pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, revelou que cerca de 8 por cento dos adultos, com 50 anos ou mais, estavam deprimidos, e 16 por cento dos entrevistados já havia passado por algum episódio de depressão em sua vida. Os autores de pesquisas anteriores afirmam que a falta de contato social com a família e os amigos, pode fazer com que as pessoas idosas se sintam isoladas, solitárias e fiquem mais propensas à depressão. Mas boa parte dessa investigação incluiu diferentes modos de contato. Teo disse que seu próprio contato face a face com o pai, que tem 70 anos, em vez de sua habitual troca de mensagens de texto e interações pelo Facebook, estimulou o seu interesse pelo estudo. “Eu pensei nas vezes em que nos reunimos pessoalmente e percebi o quanto isso é benéfico,” disse Teo, que também é pesquisador e médico do Veterans Administration Portland Health Care System. Entre os anos de 2004 e 2010, os 11.065 adultos que participaram do estudo — todos com idades entre 50 e 70 anos — foram avaliados duas vezes. Os pesquisadores perguntaram sobre os seus contatos sociais, conflitos interpessoais, sua capacidade de concluir suas atividades diárias e sintomas depressivos, tais como a perda de apetite, capacidade de não ceder à tristeza e problemas de concentração. Quando foi feita a primeira enquete, e uma segunda, dois anos depois, cerca de 13 por cento dos participantes afirmaram que tiveram sintomas depressivos significativos. Após analisar cada caso, baseando-se em aspectos como: idade; situação financeira; capacidade de completar tarefas cotidianas; tamanho de sua residência; apoio social e conflitos interpessoais, aqueles que se encontravam com os filhos, familiares ou com amigos, pelo menos uma vez a cada poucos meses, tinham 11 por cento de chances de desenvolver sintomas depressivos dois anos mais tarde, comparados com o risco de 8 por cento apresentado entre aqueles que estabeleciam contatos com familiares e amigos, uma ou duas vezes por mês. Aqueles que tinham contato três ou mais vezes por semana, tinham apenas 6 por cento de risco. As pessoas que se reuniam com os amigos, uma ou duas vezes por semana, também tinham uma probabilidade muito menor de desenvolver depressão, do que aquelas que tinham contato poucas vezes por mês. Para as pessoas com idade igual ou superior a 70 anos, o contato com as crianças provou ser muito mais eficaz contra a depressão. Ao passo que as pessoas com idades entre 50 e 69 anos se beneficiaram mais em ver os amigos. Mas quando surgiam conflitos durante o contato e relacionamento interpessoal com os filhos, o risco da aparição de sintomas depressivos também aumentava. “Os detalhes do isolamento opressor não têm sido explorados nesse sentido,” disse o Dr. Robert Abrams, psiquiatra do Weill Cornell Medicine e do New York-Presbyterian Hospital. “Todos nós sabemos que o isolamento não é bom, mas (saber) exatamente que tipo de contato, com quem, e qual é o modo mais útil, seria de grande ajuda; pelo menos no tocante à prestação de serviços de saúde pública,” disse Abrams, que não esteve envolvido no estudo. O Dr. Robert Shulman, copresidente da ala de psiquiatria do Rush University Medical Center, de Chicago, disse que os resultados demonstraram a importância da interação humana com a família ou amigos, e que o “telefone e outros meios, simplesmente não deveriam substituí-la.” Shulman, que também não participou do estudo, geralmente pergunta aos pacientes mais velhos com que frequência eles veem seus filhos, ou se eles apenas conversam ao telefone. “Às vezes, você pode até ver a tristeza refletida em seus rostos quando eles se sentem esquecidos pela família,” disse Shulman. “Devemos sempre estimular as famílias a visitar os pacientes e incentivar esse tipo de relacionamentos.” Reunir-se com colegas de profissão (como amigos solidários) também pode ajudar prevenir a depressão em adultos mais idosos, afirmou Teo. “Eu creio que vale a pena que os mais jovens acatem a sugestão de fazer um esforço real para passar mais tempo com os idosos,” acrescentou ele. Não há dúvida de que ambas as partes se beneficiarão com esse contato.


Reuters